As pesquisas do grupo CINEFILÔ prosseguiram ao longo do ano de 2024, quando a produção cinematográfica do Sul Global começou a ser investigada. No primeiro semestre, discutiu-se essa filmografia sob o ponto de vista de suas mutações político-sociais e do neocolonialismo nos cinemas da América Latina e África. Foram essenciais as reflexões de Deleuze a respeito do chamado “cinema do vivido” (Pierre Perrault - Quebec) e “cinema-verdade” (Jean Rouch - África), pois abrem caminho para o entendimento de um cinema de fabulação, que faz a crítica à busca da verdade, característica do cinema mainstream hollywoodiano. Na sequência, foram abordadas as reflexões de Laura Podalsky, sobre uma teoria política dos afetos e emoções no cinema latino-americano. Podalsky se baseia no pensamento de Deleuze sobre o afeto, bem como nas teorias de Thomas Elsaesser. Mas o que significa compreender e experimentar um filme do ponto de vista do afeto? Ou como se pergunta Elsaesser, comentando sobre o papel do afeto nos filmes que tratam de traumas históricos como ditaduras e guerras: "que tipos de afeto poderiam "desbloquear" a insensibilidade, a apatia, a indiferença e reconciliar memória e esperança, comemoração e esquecimento, ou mediar entre pena, sentimento e vergonha?" Lembrando a definição de afeto da filósofa húngara Agnes Heller: afeto significa “estar envolvido com”. Ou, de outra maneira, como afirma Elsaesser, no que diz respeito ao poder do cinema, o afeto que se busca é "o afeto da preocupação", que em seu significado inclui "reconhecer-se emocionalmente chamado a responder, agir, reagir". Ele cobre, portanto, empatia e identificação, mas em um sentido ativo e radical de ser "incitado para a ação". Uma das forças de muitos dos filmes do Sul Global é ter suas narrativas enraizadas na realidade sociopolítica e econômica das comunidades que os alimentam. Tal enraizamento seria responsável não apenas pela empatia (sempre buscada) do público com personagens, mas do seu envolvimento com as várias camadas de afeto decorrentes da realidade sociopolítica dos filmes.
Assim, encontramos obras que abordam o fracasso das políticas neoliberais do período pós-ditaduras, que tiveram um efeito perturbador, como afirma Podalsky, não apenas nas instituições e processos econômicos e políticos da América Latina, África e Oriente Médio, mas também na forma como as pessoas entendem sua condição no mundo. Angústia, insegurança, ansiedade, medo e a consequente incerteza sobre o futuro são tantos sentimentos que povoam as subjetividades de personagens em filmes contemporâneos dessas regiões. Por outro lado, são inúmeros os filmes que vasculham o passado das ditaduras e sua violência, na expectativa de responder à pergunta que não se apaga: como podemos conhecer e sentir de forma diferente nosso passado recente?
Além disso, experimentar o cinema do Sul Global do ponto de vista do afeto é compreender que a vida nessas regiões se construiu com base nas diásporas coloniais e pós-coloniais, migrações e imigrações. Encontra-se em muitos filmes a experiência afetiva da partida e/ou da perda, relatadas através da dor e do sofrimento dos que se vão e daqueles que ficam. Ao mesmo tempo, tais movimentos acabaram por produzir comunidades afetivas transnacionais, com suas alianças, acolhimento e apoio mútuo. Finalmente, há que se destacar o papel essencial de ativação da memória afetiva e dos processos de fabulação em muitas obras, que marcam novas formas de ressignificação do passado, bem como da construção de possibilidades de futuro que são arrancadas das infindáveis crises do presente.
CINEFILÔ pretende introduzir esses novos olhares e contextos de forma ampla, permitindo a compreensão crítica dos rumos do cinema contemporâneo, na medida em que o Sul Global assume um novo papel no circuito audiovisual.
Resultados esperados: Busca-se estruturar um campo de discussão onde roteiristas, cineastas, produtores, escritores, pesquisadores e, sobretudo, estudantes interessados no audiovisual, possam ter acesso à dimensão crítica e sócio-política do cinema tal como se revelam, atualmente, em muitos filmes do Sul Global.
Lista dos filmes que foram analisados ao longo dos anos 2024-2025 nas disciplinas da Pós-Graduação:
1. Adirley Queirós e Joana Pimenta (Brasil) – Mato Seco em Chamas (2022)
2. Affonso Uchoa, João Dumans (Brasil) – Arábia (2017)
3. Alanna Brown (USA/Rwanda) – Árvores da Paz (2022)
4. Alfonso Cuarón (México) – Roma (2018)
5. Ali Abassi (Irã) – Holy Spider (2022)
6. Alice Diop (França/Senegal) – Saint-Omer (2022)
7. Ana Lily Amirpour (Irã/USA) – Garota Sombria Caminha pela Noite (2014)
8. Anna Muylaert (Brasil) – Que Horas Ela Volta (2015)
9. Apichatpong Weerasethakul (Tailândia) - Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (2010)
10. Beto Brant (Brasil) – Ação Entre Amigos (1998)
11. Carolina Markowicz (Brasil) – Pedágio (2023)
12. Carolina Markowicz (Brasil) – Carvão (2022)
13. Daniel Bandeira (Brasil) – Propriedade (2022)
14. Daniella Dantas e Isadora Carneiro (Brasil) – Nilo (2025)
15. Djibril Diop Manbéty (Senegal) – Touki Bouki (1973)
16. Eduardo Coutinho (Brasil) – Últimas Conversas (2015)
17. Eliza Capai (Brasil) – Incompatível com a Vida (2023)
18. Fabio Meira (Brasil) – Tia Virgínia (2023)
19. Fernando Frias de la Parra (México) – Ya No Estoy Aqui (2019)
20. Fernando Pérez (Cuba) – Últimos Dias em Havana (2016)
21. Fradique (Angola) – Ar Condicionado (2020)
22. Gabriel Martins (Brasil) – Marte Um (2022)
23. Gustavo Taretto (Argentina) – Medianeras (2011)
24. Haifaa al-Mansour (Arábia Saudita) – O Sonho de Wadjda (2012)
25. Jayro Bustamante (Guatemala) – Ixcanul (2015)
26. Joana Hadjithomas (diretora) & Khalil Joreige (Líbano) – Memory Box (2021)
27. Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll (Uruguai) – 25 Watts (2001)
28. Karim Ainouz (Brasil) – A Vida Invisível (2019)
29. Kauther Ben Hania (Tunísia) – As 4 Filhas de Olfa (2023)
30. Kiyoshi Kurosawa (Japão) – Licence to Live (1998)
31. Kiyoshi Kurosawa (Japão) – Sonata de Tóquio (2008)
32. Kleber Mendonça Filho (Brasil) – Retratos Fantasmas (2023)
33. Laurent Cantet (França); Leonardo Padura (Cuba) – Retorno à Ítaca (2014)
34. Lucrecia Martel (Argentina) – A mulher sem Cabeça (2008)
35. Lucrecia Martel (Argentina) – O Pântano (2001)
36. Lucrecia Martel (Argentina) – A Menina Santa (2004)
37. Luiz Bolognesi (Brasil) – A Última Floresta (2021)
38. Mahamat Saleh Haroun (Chade) – Lingui, The Sacred Bonds (2021)
39. Manuela Martelli (Chile) – 1976 (2023)
40. Marcelo Gomes (Brasil) – Estou Me Guardando Pra Quando o Carnaval Chegar (2019)
41. Mariana Rondón (Venezuela) – Pelo Malo (2013)
42. Mati Diop (Senegal) – Atlantics (2009)
43. Mati Diop (Senegal) – Atlantique (2019)
44. Matias Mariani (Brasil) – Cidade Pássaro (2020)
45. Maya Da-Rin (Brasil) – A Febre (2019)
46. Melina León (Peru) – Canção sem Nome (2019)
47. Meshal Al Jaser (Arábia Saudita) – Naga, Perdida no Deserto (2023)
48. Nadine Labaki (Líbano) – Cafarnaum (2018)
49. Nara Normande, Tião (Brasil) – Sem Coração (2023)
50. Nikyatu Jusu (Serra Leoa/EUA) – Nanny (2022)
51. Nino Sosa (República Dominicana) – Libório (2021)
52. Olivier Sagne (Guiana francesa) – Lovena (2020)
53. Ousmane Sembène (Senegal) – A Negra de... (1965)
54. Patricia Ramos (Cuba) – El Techo (2017)
55. Pedro Freire (Brasil) – Malu (2024)
56. Rahi Anil Barve (Índia) – Tumbbad (2018)
57. Raoul Peck (Haiti) – Moloch Tropical (2009)
58. Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira (Brasil) – Açúcar (2017)
59. Ronit Elkabetz (Israel) – O Julgamento de Viviane Amsalem (2014)
60. Ryusuke Hamaguchi (Japão) – Drive my car (2021)
61. Samuel Valadares (Brasil) – Storm Video (2021)
62. Sebastián Lelio (Chile) – Uma Mulher Fantástica (2017)
63. Tatiana Huezo (México) – Tempestad (2016)
64. Tatiana Huezo (México) – Noite de Fogo (2021)
65. Thabang Moleya (África do Sul) – Happiness Is a Four-Letter Word (2016)
66. Valentina Maurel (Costa Rica) – Tenho Sonhos Elétricos (2022)
67. Valentina Reyes (Chile) – Las Mujeres de mi Casa (2020)
68. Viviane Ferreira (Brasil) – Um Dia com Jerusa (2020)
69. Walter Salles (Brasil) – Ainda Estou Aqui (2024)
70. Wong Kar-wai (China) – Happy Together (1997)
71. Ziad Doueiri (Líbano) – O Insulto (2017)
O levantamento das obras indicadas a seguir foi feito no ano de 2023. Sendo assim, outros filmes mais recentes devem ser inseridos nas listas abaixo ao longo do processo de investigação e análise de CINEFILÔ.
Filmes para análise no cenário da indústria cinematográfica da Nigéria e da África do Sul, cinema africano de predominância anglofônica. A proposta de Nollywood, nome dado à indústria nigeriana de cinema em 2002, recobre apenas uma das três grandes iniciativas de produção audiovisual do país. Nollywood está mais associada às produções da etnia Igbo, enquanto as etnias Yourubá e Hausa também possuem suas iniciativas próprias. A diferença é que Nollywood produz sobretudo em inglês, tendo dessa forma atingido um caráter mais internacional e pan-africano. Alguns cineastas nigerianos(a)s estão usando o cinema como plataforma para abordar questões sociais e políticas críticas, como corrupção, desigualdade, religião e direitos humanos. Destacam-se alguns gêneros que continuam sendo marcas dessas produções: 1) os filmes ditos “ritual do dinheiro”, no qual as práticas ocultas se tornam uma figura de predação social sob o regime militar; 2) filmes sobre “garotas mais velhas”, mulheres com carreiras independentes e famintas por poder, dinheiro e sexo; e 3) o “filme de família”, muitas vezes sobre um casamento ameaçado internamente ou externamente (Jonathan Haynes). Há, também, uma espécie de gênero que se poderia nomear de “diaspórico”, e que marca não apenas o cinema nigeriano, mas também inúmeras produções do Sul Global.
Já a indústria cinematográfica da África do Sul está altamente consolidada e suas produções alcançam toda a África, sobretudo via o serviço de streaming próprio do país, a Showmax, uma espécie de Netflix que reúne filmes exclusivamente do continente africano. Após uma geração de filmes definidos pela temática do apartheid, pobreza e luta contra a segregação racial, uma nova geração de cineastas se volta para histórias que buscam retratar a realidade complexa de sua atualidade, histórias que chegam de toda parte e que agora se convertem em filmes de enorme repercussão no país e internacionalmente. Nas pesquisas de CINEFILÔ, serão analisadas narrativas de diretoras e diretores nigerianos e sul-africanos:
Diretoras:
Aicha Macky (Nigéria) – A Árvore sem Frutos (2016)
Genevieve Nnaji (Nigéria) - Lionheart (2018)
Kemi Adetiba (Nigéria) - The Wedding Party (2016), king of Boys (2018)
Uyaiedu Ikpe-Etim (Nigéria) – Ife (2020)
Nosipho Dumisa (África do Sul) - Blood and water (2020) - série no ar 3 temporadas; Nommer37 (2018)
Diretores:
Akin Omotoso (Nigéria) – Rise (2020) e Tell me sweet something (2015)
Andrew Dosunmu (Nigéria): Restless City (2011) e Mother of George (2013)
Desmond Ovbiagele (Nigéria) - The Milkmaid" (2020)
Kenneth Gyang (Nigéria) – Oluture – Por uma vida melhor (2019)
Newton Aduaka (Reino Unido/Nigéria): Ezra (2007) e One Man’s show (2012)
Ramsey Nouah (Nigéria) – A dívida de Andy (2019)
Jahmil X.T. Qubeka (África do Sul) - Sew the winter to my skin (2018)
Thabang Moleya (África do Sul) - Happiness is a four-letter word (2016)
Senegal, Guiné-Bissau, Chade e Angola
Nessa etapa serão analisados o cinema da francofonia e da lusofonia de países da África Subsaariana. O recorte inclui o Senegal, Guiné-Bissau, Chade e Angola. As produções desses países revelam uma rica tradição de contar histórias que refletem as experiências culturais, sociais e políticas de seus povos. Nos últimos anos, cineastas dessas nações têm continuado a explorar temas caros à situação pós-colonial de seus povos. Questões sociais e políticas, como pobreza, desigualdade, migração, conflitos, consequências de longas guerras civis, bem como identidade nacional, reconstrução do país, cultura nômade e o lugar de suas crenças tradicionais têm sido expressas em suas narrativas audiovisuais. Cineastas analisados serão:
Diretoras:
Mati Diop (Senegal): Atlantique (2019)
Pocas Pascoal (Angola): Girlie (2017)
Diretores:
Alain Gomis (Senegal): Aujourd’hui (2012) e Felicité (2017)
Djibril Diop Manbéty (Senegal) – Touki Bouki (1973)
Mamadou Dia (Senegal): Nafi’s Father (2019)
Ousmane Sembène (Senegal): Moolaadé (2004)
Flora Gomes (Guiné-Bissau): República de Meninos (2012)
Sana Na N’Hada (Guiné-Bissau): Nome (2023)
Issa Serge Coelo (Chade): Ndjamena City (2008)
Mahamat Saleh Haroun (Chade): Lingui, The Sacred Bonds (2021) e Grigris (2013)
Fradique (Angola): Ar Condicionado (2020)
Zezé Gamboa (Angola): Bom dia, África (2009) e O Grande Kilapy (2012)
Mundo Árabe
Esta etapa tem como foco principal as produções cinematográficas do norte e noroeste da África e do Oriente Médio. O cinema árabe tem dado destaque crescente às questões de gênero e feminismo. O tema da migração e da experiência da diáspora também têm sido explorados em filmes que abordam a experiência de árabes que vivem no exterior. As consequências humanas e sociais decorrentes dos frequentes conflitos da região estão presentes, igualmente, em inúmeras obras. Outra dimensão importante nesse cenário são as tensões entre tradição e contemporaneidade. Alguns cineastas que têm se destacado por suas inovações e contribuições para a cinematografia do mundo árabe, dentre o(a)s quais:
Diretoras:
Meryem Benm’Barek (Marrocos): Sofia (2019)
Joana Hadjithomas (Líbano) - co-direção com Khalil Joreige: Memory Box (2021)
Nadine Labaki (Líbano): Cafarnaum (2018)
Deniz Gamze Ergüven (Turquia-França): Mustang (2015)
Haifaa al-Mansour (Arábia Saudita): O Sonho de Wadjda (2012)
Kauther Ben Hania (Tunísia): As 4 Filhas de Olfa (2023)
Ronit Elkabetz (Israel) - co-direção com Shlomi Elkabetz: O Julgamento de Viviane Amsalem (2014)
Ana Lily Amirpour (Irã/EUA): Garota Sombria Caminha pela Noite (2014)
Diretores:
Ahmed Yassin Al Daradji (Iraque): Jardins Suspensos (2022)
Haider Rashid (Itália/Iraque): Europa (2021)
Nadim Mishlawi (Líbano): Após o Fim do Mundo (2022)
Carlos Chahine (Líbano): Ventre Materno (2023)
Khalil Joreige (Líbano) - co-direção com Joana Hadjithomas: Memory Box (2021)
Nadim Tabet (Líbano): One of These Days (2017)
Ziad Doueiri (Líbano): O Insulto (2017)
Abderrahmane Sissako (Mauritânia): Timbuktu (2014)
Amir Ramses (Egito): Curfew (2020)
Ehab Tarabieh (Síria): O Gosto das Maçãs é Vermelho (2022)
Meshal Al Jaser (Arábia Saudita): Naga, Perdida no Deserto (2023)
Muayad Alayan (Palestina): Uma Casa em Jerusalém (2023)
Ali Abassi (Irã): Holy Spider (2022)
Mohammad Rasoulof (Irã): A Semente do Fruto Sagrado (2024)
México, Caribe e América Central
As cinematografias latino-americanas, segundo sua multiplicidade sociocultural e seu mercado industrial, estão organizadas em três grupos. Neste primeiro grupo serão analisados e discutidos roteiros e narrativas do cinema mexicano, mas também incluímos filmes de Cuba e da República Dominicana, expoentes no Caribe, assim como algumas importantes produções da América Central. Em comum aos três grupos o fato de que tratamos da produção audiovisual em países que foram colonizados, lutaram por sua independência, sofreram com a escravidão e suas sequelas, ainda enfrentam enormes dificuldades econômicas, lutam contra o abismo das desigualdades sociais, das instabilidades políticas e precisam lidar com diásporas e questões migratórias complexas. Cineastas analisado(a)s
Alejandra Márquez Abella (México) – Os Céus do Norte sobre o Vazio (2022)
Fernanda Valadez (México) – Sem Sinais Particulares (2020)
Tatiana Huezo (México) – A Noite do Fogo (2022) e Tempestad (2016)
Laura Cazador (Cuba) – co-direção com Fernando Pérez em Insumisas (2018)
Patricia Ramos (Cuba) – El Techo (2017)
Valentina Maurel (Costa Rica) – Tenho Sonhos Elétricos (2022)
César Díaz (Guatemala) – Nossas Mães (2019)
Jayro Bustamante (Guatemala) – Ixcanul (2015)
Sergio Ramírez (Guatemala) – 1991 (2021)
Alejandro González Iñárritu (México) – Babel (2006)
Alfonso Cuarón (México) – Roma (2018)
Ernesto Contreras (México) – Sonho Em Outro Idioma (2017)
Fernando Frias de la Parra (México) – Ya No Estoy Aqui (2019)
Guillermo del Toro (México) – O Orfanato (2007)
Alejandro Gil (Cuba) – Inocência (2020)
Armando Capó (Cuba) – Agosto (2019)
Fernando Pérez (Cuba) – Últimos Dias em Havana (2016) e co-direção com Laura Cazador em Insumisas (2018)
Laurent Cantet (França) – co-direção com Leonardo Padura em Retorno à Ítaca (2014)
Leonardo Padura (Cuba) – co-direção com Laurent Cantet em Retorno à Ítaca (2014)
Nino Sosa (República Dominicana) – Libório (2021)
Olivier Sagne (Guiana Francesa) – Lovena (2020)
Raoul Peck (Haiti) – Moloch Tropical (2009)
Argentina e Países Andinos
Neste segundo grupo do cinema latino americano, serão analisadas estruturas narrativas de filmes argentinos, chilenos, peruanos, paraguaios, venezuelanos, colombianos e uruguaios. Apesar da cinematografia argentina ser considerada uma das mais importantes no cenário internacional, a realização de filmes dos países andinos tem se destacado por sua qualidade e riqueza temática, sobretudo após alguns acordos bilaterais de coproduções assinados por Colômbia, Chile e Venezuela. Cineastas selecionado(a)s para análise são:
Dominga Sotomayor (Chile) – Tarde Para Morrer Jovem (2018)
Manuela Martelli (Chile) – 1976 (2023)
Valentina Reyes (Chile) – Las Mujeres de mi Casa (2020)
Lucrecia Martel (Argentina) – A Menina Santa (2004), A Mulher Sem Cabeça (2008), O Pântano (2001)
Maria Victoria Menis (Argentina) – Vals Del Diccionario (2023)
Elia Schneider (Venezuela) – Tamara (2016)
Mariana Rondón (Venezuela) – Pelo Malo (2013)
Claudia Llosa (Peru) – O Fio Invisível (2021)
Melina Léon (Peru) – Canção Sem Nome (2019)
Marco Bechis (Chile) – Terra Vermelha (2008)
Sebastián Lelio (Chile) – Uma Mulher Fantástica (2017); Gloria (2013)
Marcelo Martinessi (Paraguai) – As Herdeiras (2018)
Juan Pablo Rebella (Uruguai) – co-direção com Pablo Stoll em 25 Watts (2001)
Pablo Stoll (Uruguai) – co-direção com Juan Pablo Rebella em 25 Watts (2001)
Damian Szifron (Argentina) – Relatos Selvagens (2014)
Gustavo Taretto (Argentina) – Medianeras (2011)
Jorge Gaggero (Argentina) – Em Cumprimento do Dever (2022)
Juan José Campanella (Argentina) – O Segredo dos Seus Olhos (2009)
Santiago Mitre (Argentina) – 1985 (2022)
Jonathan Jacubowicz (Venezuela) – Resistência (2020)
Rodrigo Triana (Colômbia) – Sonhar Não Custa Nada (2006)
Eduardo Mendoza (Peru) – A Hora Final (2017)
Andrés Cotler (Peru) – Pasajeros (2008)
O cinema brasileiro tem sido marcado pela criação de novos conceitos e narrativas que refletem a diversidade cultural, social e política do país. Nos últimos anos, diversos cineastas têm explorado temas contemporâneos e abordado questões relevantes para a sociedade brasileira. Serão analisadas narrativas de cineastas afro-brasileiros, nosso cinema indígena, produções LGBTQIA+, bem como algumas obras de caráter regional e outras que abordam a vida nas favelas e as complexidades das comunidades urbanas. Alguns cineastas selecionado(a)s:
Camila de Moraes – O Caso do Homem Errado (2018)
Eliza Capai – Espero Tua (Re)Volta (2019)
Glenda Nicácio – co-direção com Any Rosa em Até o Fim (2020) e Café com Canela (2018)
Juliana Rojas – co-direção com Marco Dutra em As Boas Maneiras (2017)
Lúcia Murat – Praça Paris (2017) e Olhar Estrangeiro (2006)
Daniel Ribeiro - Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)
Fernando Meireles – Cidade de Deus (2002)
Filipe Matzembacher – co-direção com Márcio Reolon em Tinta Bruta (2018)
Joel Zito Araújo – Filhas do Vento (2004)
Marco Dutra – co-direção com Juliana Rojas em As Boas Maneiras (2017)
Kléber Mendonça Filho – Agente Secreto (2025)
Karim Ainouz – Motel Destino (2024)
Em breve vamos disponibilizar aqui uma série de matrizes conceituais que servem como guia de análise dos filmes selecionados. Elas tomam, como ponto de partida para as pesquisas, a filosofia do cinema de Gilles Deleuze. Porém, como devem tratar da cinematografia do Sul Global, uma série de outros autore(a)s vêm sendo incorporado(a)s. O foco é não apenas nas análises fílmicas de obras dessa região geopolítica, mas sobretudo na leitura dos filmes a partir de elementos da filosofia, sociologia, antropologia, política e história.
Logo vamos inserir aqui a bibliografia por regiões